Vidas salvas, estruturas precárias: a realidade dos Guarda-Vidas em Guarapari

O Corpo de Salvamento Marítimo de Guarapari é a principal ferramenta da prefeitura para garantir a segurança dos banhistas que frequentam as praias da cidade. Sem esses profissionais, o número de afogamentos e mortes seria alarmante.

Para se ter uma ideia da importância de seu trabalho, apenas na Semana do Saco Cheio — famoso recesso em Minas Gerais, que este ano ocorreu de 14 a 20 de outubro —, os guarda-vidas de Guarapari resgataram 125 pessoas do mar, que provavelmente não sobreviveriam sem a intervenção. Além disso, foram realizadas 339 prevenções, e 26 crianças perdidas foram devolvidas aos seus responsáveis. Nenhum óbito por afogamento foi registrado no período.

Já no feriado de 12 de outubro, os resgates somaram 83, com 319 prevenções e 26 crianças perdidas encontradas e entregues às famílias.

Apesar de tanto empenho e vidas salvas, os guarda-vidas enfrentam dificuldades históricas para exercer suas funções. Há anos, o Portal 27 tem chamado a atenção das autoridades, especialmente da prefeitura, para as demandas desses profissionais.

Entre os problemas mais antigos estão a necessidade de compra de equipamentos básicos, como protetor solar e pés de pato, pelos próprios guarda-vidas. Hoje, eles possuem as ferramentas mínimas para o trabalho, mas desafios importantes permanecem. A falta de abrigos adequados para protegê-los do sol e da chuva é uma questão persistente.

Na orla da Praia do Morro, por exemplo, existe apenas um posto de salvamento em condições adequadas, mas este está sem energia elétrica há três meses. Nos demais pontos, os guarda-vidas contam apenas com cadeirões abertos, que oferecem pouca ou nenhuma proteção contra os elementos.

“Não temos segurança nenhuma com esses cadeirões. Além de não protegerem, também não temos onde guardar nossos pertences quando saímos para um resgate ou prevenção. Há alguns dias, meu parceiro foi orientar banhistas e, ao voltar, percebeu que roubaram seu cartão de dentro da mochila deixada no cadeirão. Por sorte, o ladrão fez uma compra aqui perto e ele conseguiu rastrear e recuperar. Não temos onde guardar nossas coisas”, relatou um dos guarda-vidas.

Portal 27 entrou em contato com a prefeitura para comentar sobre os problemas, como a falta de energia no posto de salvamento e a insegurança para os trabalhadores, mas, até o fechamento desta reportagem, não obteve resposta.

(DA REDAÇÃO \\ Beatriz Fontoura)

(INF.\FONTE: Portal27 \\ João Thomazelli)

(FT.\CRÉD.: Portal27 \\ Divulgação)