Um ato de solidariedade comoveu a comunidade de Marcílio de Noronha na tarde da última sexta-feira (18). Detentos da Penitenciária de Segurança Máxima I do Complexo Penitenciário de Viana demonstraram que a esperança e a empatia podem surgir de qualquer lugar ao enviarem brinquedos para crianças acolhidas pela Casa de Acolhimento Provisório de Viana (CAP), uma instituição que oferece apoio a menores em situação de vulnerabilidade.
Os brinquedos em crochê, conhecidos como amigurumi, são produzidos de forma artesanal dentro do complexo prisional pelos próprios detentos. As produções, enviadas às famílias dos internos para serem vendidas em feiras ou lojas, se tornou uma forma de geração de renda para os parentes desses homens, que encontram no artesanato uma maneira digna de contribuir financeiramente.
A iniciativa de destinar parte dessa produção a projetos sociais partiu dos próprios detentos, que expressaram o desejo de fazer a diferença na vida de crianças que, muitas vezes, carecem de momentos de alegria. Por meio da ação, eles não só ajudam suas famílias, mas também levam sorrisos a quem mais precisa, fortalecendo laços de solidariedade e cidadania que ultrapassam os muros do presídio.
A coordenadora da CAP Viana, Hadassa Lohaynne Gonçalves, comenta que as crianças têm uma rotina bem ativa. Elas vão à escola; almoçam; têm um momento com a educadora para os exercícios escolares e passeiam, mas momentos como esse é de pura felicidade. “Podemos ver o sorriso e o brilho no olhar das crianças. Nós percebemos o quanto momentos assim modificam o comportamento de cada uma delas. Elas ficam mais alegres”, diz Hadassa.
O secretário de Estado de Justiça, Rafael Pacheco, comentou que projetos desse tipo aumentam a crença no processo de ressocialização. Pacheco também relembra dos problemas que a instituição viveu: “La dentro da unidade de segurança máxima estão os homens mais perigosos do sistema penitenciário. A gente pode transformar a energia desses homens em algo positivo. A máxima um é um lugar que já tivemos muitos enfrentamentos, muita dor, mas eu acredito que estamos no caminho certo para transformar aquele espaço muito mais próximo disso aqui do que ele já foi em um passado recente”.
O secretário de Assistência Social de Viana, Glaydiston Mendes, reforçou o compromisso da gestão na pauta de combate a desigualdade. “Este ato de solidariedade nos mostra que a esperança e a empatia podem surgir de qualquer lugar. Os detentos, ao enviarem esses brinquedos, não apenas ajudam suas famílias, mas também proporcionam momentos de alegria às crianças da Casa de Acolhimento Provisório. Agradeço a todos que tornaram essa iniciativa possível e reafirmo nosso compromisso em apoiar projetos que promovam a dignidade e a inclusão social em nossa comunidade”, enfatiza Mendes.
O responsável pela unidade, diretor Gomides, garante que o projeto tem sido positivo dentro da unidade. Ele comenta que a galeria do projeto é um local com 150 internos e que há dois anos não registra um incidente de indisciplina. “Estar aqui com essas crianças é tão importante para a gente quanto para elas. Estar aqui registrando esse momento facilita chegar dentro da unidade prisional e mostrar para 150 detentos o bem que eles estão fazendo. Temos que mostrar todo dia que o processo de ressocialização vale a pena”, comenta Gomides.
A assistente social Neydiany Ramony comenta que a produção acontece de segunda a sexta. Uma vez por mês, os presos têm a oportunidade de separar o que é para a família e o que vai para a doação. “Nossa ideia é trazer um retorno, mesmo de um universo como o sistema prisional, que seja positivo para a sociedade e para crianças institucionalizadas, que a gente sabe que precisam dessa aproximação”, fala Neydiany.
Quem tiver interesse em ajudar de alguma forma a CAP Viana pode entrar em contato por telefone com o número (27) 3011-9777.
(DA REDAÇÃO \\ Guto Gutemberg)
(INF.\FONTE: Vitor Matias \\ PMV)
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