Mulher que abraçou e imobilizou marido para o amante matar é condenada a 25 de prisão no ES

O amante Françoá de Souza foi condenado a 21 anos pelo mesmo crime. Segundo o Ministério Público do Espírito Santo, os dois planejaram o crime para ficarem juntos e com os bens da vítima.

Uma mulher e o amante dela foram condenados a mais de 20 anos de prisão pelo assassinato do marido, Alexandre Fim, em julho de 2021, em Castelo, no Sul do Espírito Santo. Thayla Bonicenha Crivelari Fim abraçou e imobilizou o homem para que o amante, Françoá de Souza, o estrangulasse até a morte.

Na época, Thayla confessou o crime. Segundo o Ministério Público, os dois foram condenados por homicídio triplamente qualificado por motivo torpe – utilizando de meio cruel e praticando recurso que dificultou a defesa da vítima – e por fraude processual. A mulher obteve a condenação de 25 anos de prisão e o amante, de 21.
O promotor do Ministério Público responsável pelo caso, Luis Felipe Simão, explicou os motivos que fazem com que a pena dos dois seja diferente: O primeiro é que Françoá confessou o crime, e confissão traz redução de pena. Thyala não confessou o assassinato e há um aumento de pena por ela ter cometido o crime contra o marido.
A investigação da Polícia Civil também revelou que Françoá confessou ter mantido um relacionamento com Thayla meses antes do crime, alegando não saber que ela era casada.
Cerca de um mês antes do assassinato, ambos planejaram matar a vítima. Françoá afirmou que no dia do crime, eles combinaram os detalhes por telefone. Thayla relatou que, após enviar uma mensagem para o amante pedindo que ele fosse até a casa dela, abraçou o marido, segurando pelos braços, enquanto Françoá o estrangulava.
A decisão é do dia 14 de outubro e os réus que já estavam presos vão cumprir a pena em regime fechado. Eles não poderão recorrer em liberdade.
“O motivo do crime foi considerado torpe e serviu para qualificar o crime, razão pela qual não será valorado neste momento. No tocante às circunstâncias, estas são extremamente gravosas, eis que a vítima foi atacada pelas costas enquanto era distraída pela outra condenada e estava sob efeito de medicamento, circunstância que será valorada em desfavor do réu. As consequências do crime são graves, pois a vítima deixou uma filha de tenra idade, que fora privada da convivência familiar enquanto ainda dependia dos cuidados paternos”, destacou a juíza Valquiria Tavares Mattos na decisão.
Na época do crime, Thayla e Alexandre eram casados há 7 anos. Ela está presa no Centro Prisional Feminino de Cachoeiro de Itapemirim.
O g1 procurou a defesa de Thayla, mas não teve nenhum retorno até a última atualização desta reportagem. O g1 não conseguiu contato com a defesa de Françoá.
Relembre o caso
Alexandre Fim tinha 34 anos e foi morto no dia 25 de julho de 2021 na região de Monte Alverne, zona rural de Castelo. A mulher, de 22 anos e o amante, de 25, confessaram o crime e foram presos dois dias após a morte.
No início, as investigações tratavam o caso como um crime de latrocínio – roubo seguido de morte -, mas depois policiais militares descobriram que Thayla contou a um familiar ter cometido o assassinato juntamente com o amante, Françoá de Souza.
Françoá confessou aos policiais que mantinha uma relação com a mulher há alguns meses naquela época e que tinham planejado dias antes como matar o marido dela.
Ele disse ainda que no dia do assassinato eles teriam combinado por telefone todos os detalhes.
A mulher contou que depois de mandar mensagem para o amante e pedir que ele fosse até sua casa, abraçou o marido, segurando seus braços, enquanto o comparsa o estrangulava.
Conforme a denúncia do MPES, o crime foi cometido para que os dois continuassem o relacionamento extraconjugal e se apropriarem dos bens do falecido.
Ainda segundo órgão, os acusados simularam um crime de latrocínio, no qual ocultaram alguns objetos da residência para tentar encobrir o homicídio e induzir os peritos ao erro.
Após análise dos autos, o homem e a mulher foram presos preventivamente e encaminhados para o Centro Prisional Feminino de Cachoeiro de Itapemirim (CPFCI) e no Centro de Detenção Provisória de Cachoeiro de Itapemirim (CDPCI), respectivamente.

(DA REDAÇÃO \\ Guto Gutemberg)

(INF.\FONTE: Noroeste News \\ G1 ES)

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